sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

lançamento e máxima

Foi editado recentemente, com tradução direta do russo a obra "O Mestre e Margarida"( Ed. Alfaguarra, tradução de Zoia Prestes), de Mikhail Bulgakov (1891-1940), que relata, em pleno regime comunista a visita do demônio e seu séquito à Moscou. A visita revela as incoerências, contradições e hipocrisias do regime através das personagens, as quais ficam marcadas pela loucura e destruição causados pela comitiva.
"Manuscritos não ardem", máxima criada pelo autor, foi popularizada durante o regime comunista na União Soviética, e que talvez seja apropriada aos nossos tempos e bandas, em que há tentativas escancaradas de submeter a livre manifestação de idéias ao controle estatal. Abaixo um trecho de uma carta de Bulgakov enviada à Stálin em 1930. Além de genial, digamos que no mínimo o cara era corajoso.

"Após todas as minhas obras terem sido proibidas, começaram a ecoar vozes entre muitos cidadãos dos quais sou conhecido como escritor, que me dão sempre o mesmo conselho: Escrever uma 'peça comunista' e, além disso, dirigir ao Governo da União Soviética uma carta de arrependimento, contendo a negação de opiniões precedentes manifestadas por mim em obras literárias, e assegurando que doravante hei de trabalhar como um escritor fiel à idéia do comunismo. Não dei ouvidos a esse conselho. É pouco provável que lograsse aparecer num aspecto favorável tendo escrito uma carta mentirosa. Nem mesmo ia tentar escrever uma peça comunista, sabendo naturalmente que não conseguiria. TODO E QUALQUER SATÍRICO NA UNIÃO SOVIÉTICA ATENTA CONTRA O REGIME COMUNISTA. Será que sou admissível na União Soviética?"



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