terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cursos no Projeto Cultura

Vale a pena dar uma olhada nos cursos programados do Projeto Cultura para 2.011.
Destaque para o curso "Paixões" que será ministrado pelo Clóvis Barros Filho que, além de bem preparado é uma figura engraçada; e "Vício e virtude: ontem e hoje" a ser dado pelo Luis Felipe Pondé, dono de uma fala autêntica e consistente, a qual podemos acompanhar na sua coluna de segundas-feiras no caderno Ilustrada da Folha de São Paulo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O que significa postergar o prêmio

Este vídeo, além de divertido traz informações interessantes.
Quais as consequências de não lidarmos com nossas frustrações? Por que não nos é ensinado a importância de planejamento? Quais as vantagens de postergarmos a recompensa?

Estas perguntas fazem cada vez mais sentido em tempos em que, de crianças aos adultos, cada vez mais revelamos a intolerância à frustração. Via de regra, esta condição resulta no acentuamento de um estado infantil. Espernea-se, às vezes literalmente, quando as demandas não são atendidas como acredita-se que deveriam ser. Há uma crença que prolifera-se, tacitamente talvez, de que é não somente possível, como imperativo que tenhamos o melhor de dois mundo (quiça três!).

Já é tempo de sermos educados desde cedo, para saber que, muitas vezes, frustrar-se não é uma condenação à infelicidade, mas sim a possibilidade de fortalecer-se psicologicamente aperfeiçoando nossa resiliência. Ou ainda, que abrir mão do imediato pode significar colher algo mais maduro e precioso no futuro.



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Motivação

Recebi esta semana um clipe muito bacana sobre motivação. Surpreendente!




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cursos no IICS

Há alguns anos que os cursos temáticos ganharam corpo na cidade. Deixo a sugestão para visitarem o site do IICS - Instituto Internacional de Ciências Sociais que oferece cursos que primam não somente pela qualidade dos temas, bem como dos palestrantes. Inclusive, na página dos cursos de humanidades há um link para uma aula magna proferida pelo João Pereira Coutinho, colunista do caderno Ilustrada da Folha, que vale a pena assistir.

CONVITE / CONSTELAÇÃO FAMILIAR


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre cultura


Ontem numa palestra ouvi uma definição de cultura: "...é aquilo que guardamos, que fica depois do aprendizado." Agradou pela concisão, mas talvez peque pela simplicidade.
Claro que trata-se de um contexto de cultura organizacional, mas hoje li num livro de Edgar Schein a seguinte definição: "What culture does is to solve the group's basics problems of (1) survival in and adaptation to the external enviroment and (2) integration of its internal processes to ensure the capacity to survive and adapt."
Há algumas semanas outro palestrante dizia algo no sentido de que, cultura é o produto daquilo que feito coletivamente é melhor do que se o resultado fosse individual (ainda num contexto de cultura organizacional).

E ainda, num outro contexto:



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Uma pitada de Taoísmo

“O não agir não é, de modo algum, a inércia, mas a plenitude da atividade. Está, porém, é uma atividade transcendente e interior, não manifesta, unida ao Princípio e, portanto, superar a todas as distinções e aparências que o vulgo compreende distorcidamente como sendo a própria realidade, embora não passem de reflexos mais ou menos longínquos desta. (GUÉNON, Renê – Taoïsme et Confucionisme, p. 146)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Love what is - Katie Byron

Um amigo apresentou o trabalho de Katie Byron e estou maravilhado com a profundidade e simplicidade do que ela diz, e muito mais, faz!
Aqui um breve trecho (em português de portugal), de um livro chamado "Loving what is" que achei genial:

Ficando nos seus Próprios Assuntos

Existem apenas três tipos de assuntos no Universo: os meus, os seus e os de Deus (para mim, a palavra Deus significa "realidade". A realidade é Deus porque é ela quem governa. Qualquer coisa que esteja fora do meu controle e do controle de todas as outras pessoas, digo que é assunto de Deus).

Muito do nosso stress advém do facto de nós vivermos, mentalmente, fora dos nossos assuntos. Quando penso “Tu precisas de arranjar um emprego, eu quero que tu sejas feliz, tu devias ser pontual e tu precisas de cuidar melhor de ti própria”, eu estou a interferir nos “teus” assuntos. Quando estou preocupada com os terramotos, as inundações, as guerras ou com a data em que vou morrer, estou a intrometer-me nos assuntos de Deus. Se estou a viver, mentalmente, dentro dos “teus” assuntos ou nos assuntos de Deus, o efeito é a separação. Percebi isto no princípio de 1986. Quando me intrometia mentalmente nos assuntos da minha mãe, por exemplo, com um pensamento do tipo "A minha mãe devia entender-me melhor", de imediato sentia solidão. Então, percebi que me sentia ferida ou desolada, cada vez que estava a intrometer-me nos assuntos de outra pessoa.

Se está a viver a sua vida e eu estou a viver também mentalmente a sua vida, quem está aqui a viver a minha? Estamos os dois a viver a sua! Viver mentalmente nos seus assuntos impede-me de estar presente nos meus. Estou separada de mim mesma, tentando entender porque a minha vida não funciona.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Boas livrarias e sebos on-line

Para aqueles que se acostumaram com a onipresença da Amazon sugiro um passeio por outras opções:

Betterworldbooks - é um site que comercializa livros novos e usados. Fundado por amigos de faculdade, a finalidade é levantar fundos para promover e fomentar bibliotecas em países emergentes. Há um acervo gigantesco com preços excelentes. O frete costuma ser bem honesto também.

ABbooks - reúne milhares de comerciantes de livros ao redor do mundo. Acervo gigantesco. É possível encontrar novos, usados, raros, foras de catálogo, primeiras-edições, etc. Não é difícil encontrar umas barbadas...

Estante Virtual - site nacional que reúne sebos em todo o território nacional. Preços costumam ser bem razoáveis, com boa variedade. Já encontrei vários títulos esgotados nas editoras.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Intuição por Eric Berne

A intuição é um tema que há tempos me atraí. Infelizmente ainda não tive tempo de ler dois autores que me foram recomendados: Thomas Nagel e Bernard Lonergan. De qualquer forma, lendo um artigo do psiquiatra canadense, naturalizado americano Eric Berne me deparei com a seguinte definição de intuição que me agradou (porém ainda procuro algo mais sofisticado):

"(a intuição é) o conhecimento baseado na experiência que é adquirido através do contato sensorial com o sujeito, com a qual a pessoa que intui seja capaz de formular para si própria e para os outros, exatamente como ela chegou a suas conclusões."

MM

Aqui vai a dica de um site chamado Mundo-Mundano. Idealizado por uma amiga, a idéia é que várias pessoas (chamadas mundanos), colaborem com artigos que registrem seu ponto de vista sobre os mais diversos temas (artes, teatro, música, gastronomia, política, entre outros).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Comunicação não-violenta - introdução

A técnica da Comunicação Não-violenta desenvolvida pelo americano Marshall Rosenberg tem por finalidade instrumentalizar o indivíduo para se comunicar de maneira mais assertiva. Seu ponto de partida para desenvolver referida técnica, consistiu em responder a duas perguntas: o que acontece, em situações críticas, que nos desliga de nossa natureza compassiva, levando-nos as nos comportar de maneira violenta e baseada na exploração das outras pessoas? E, inversamente, o que permite que algumas pessoas permaneçam ligadas à sua natureza compassiva mesmo nas circunstâncias mais penosas?

O autor acaba estabelecendo o papel determinante da linguagem (não necessariamente oral) e como as palavras são utilizadas, e identifica uma abordagem específica de comunicação que se baseia num falar e ouvir, de forma que estejamos conectados ao outro e possibilitando que, o chamado estado compassivo natural se manifeste e nos comuniquemos de uma maneira mais assertiva.

Mas o que é ser mais assertivo? Nesta perspectiva é basicamente utilizar o conflito de maneira positiva, como uma forma de afirmar uma posição, renunciando à hostilidade. O conflito passa a ser construído com base no respeito mútuo e na aceitação de que, assim como nossa posição é legítima, a da parte contrária também o é.

Mas para usar o conflito de maneira positiva é necessário conhecer nossa própria posição. É quase uma regra, num modelo adversarial, que as pessoas briguem pelas estratégias. As mágoas, ressentimentos e toda a sorte de sentimentos que nos levam ao sensação de vitimização apontam para o que o outro fez. A causa passa a estar sempre no externo. Não raro, em determinados momentos do conflito as pessoas esquecem o porquê de estarem se degladiando. Lutam por uma estratégia que normalmente tem por objetivo prejudicar a parte contrária. É o momento em que, quando perguntamos: "O que você precisa? O que de fato é importante para você?"- a pessoa emudece, e percebe que não tem mais claro o que quer.

A sua técnica tem por objetivo que a pessoas possam se conectar através de uma forma de comunicação que estimule este estado compassivo, traduzindo uma forma honesta e clara de expressão, resultando numa atenção respeitosa e empática pelo outro.

A técnica é composta por quatro etapas: observação, sentimento, necessidade e pedido, as quais eu abordarei nos próximos posts. Muitos entendem que uma técnica é algo artificial e que engessaria a expressão pessoal. Contudo, a técnica dá uma forma que pode ser preenchida da maneira que for mais conveniente para a pessoa. Ao contrário, a técnica visa dar mais liberdade à medida que o indivíduo se apropria de uma forma de expressão mais clara e precisa, facilitando ser compreendido pelo seu interlocutor. A técnica é simplesmente uma ferramenta a ser usada conforme a necessidade de cada um.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dicta&Contradicta

A Dicta é uma revista que abarca o pensamento de intelectuais nacionais e estrangeiros acerca dos mais variados assuntos. O slogan lhe cai como uma luva: "A revista que pára em pé" - o que observa-se tanto quanto a forma pois está mais para um livro, quanto ao conteúdo, da mais alta qualidade.
Agora se você espera qualquer tipo de pensamento militante, passe longe!
No site da Dicta há disponível o conteúdo de edições anteriores.
(Aos desavisados, a revista "Serrote" nasceu depois).
Fica a dica.

terça-feira, 13 de abril de 2010

TCC

Depois de muita labuta, é com orgulho que compartilho o resultado final do meu TCC da faculdade de psicologia: Comunicação nas mediações de conflitos familiares sob uma perspectiva sistêmica.
Foi uma pesquisa extensa para discutir o papel da comunicação nas mediações familiares, abrangendo várias escolas sistêmicas. Serve também como uma introdução à estas diferentes escolas.

Espero que gostem.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Teoria do Jogos - jogador irracional

Recentemente comecei a estudar sobre a Teoria do Jogos. Para os que não ouviram falar, trata-se de uma teoria matemática que tem por finalidade buscar um modelo que se aplique ao fenômeno da interação entre dois ou mais sujeitos, envolvidos num processo de tomadas de decisões conscientes.
Para algo ser considerado um jogo é necessário a existência dos jogadores, das estratégias, das recompensas e do conhecimento comum entre os participantes acerca das regras.
Mas na verdade, o motivo deste post refere-se ao que se considera o jogador "irracional". As aspas se devem ao fato de que a priori nenhuma estratégia é considera irracional. Mas há o jogador considerado irracional, pois é aquele que não respeita as próprias preferências, talvez por que nem ele tenha claro em dada altura, quais são seus reais interesse num processo de disputa. Observa-se uma incongruência entre o que se quer e o que se faz. O contraponto seria o jogador racional, que faz escolhas com a finalidade de consecução de seus reais interesses.
Quantas não são as situações em que nós ou aqueles com os quais estamos em disputa assumem uma estratégia irracional? Seja no campo social, familiar, afetivo ou profissional, o fato é que isto é corriqueiro.
Talvez a dificuldade esteja em reconhecer que, por trás do comportamento do nosso jogador irracional existam motivações de natureza irracional que não necessariamente tenham nexo de causalidade com a parte contrária naquele jogo específico. Mágoas, ressentimentos, traumas e toda a sorte de sentimentos e experiências que de alguma maneira nos marcam podem e de fato afetam a maneira como estabelecemos nossas estratégias. Estes engrams modulam a nossa reatividade frente a situações de disputa. Conscientemente ou não, tais comportamentos nos impelem focar nossa disputa numa posição ao invés de nos nossos próprios interesses. Passa a ser mais importante como eu afetarei a posição do outro (emocional, financeira, social, etc.), do que qualquer estratégia que possa ser mais eficaz para atingir meus resultados.
Ao outro, se bom jogador, cabe a possibilidade de perceber o contexto e desenvolver uma estratégia na qual promova a busca cooperativa de solução.
Numa mediação esta percepção é uma ferramenta poderosa, a medida que nos instrumentaliza a fazer com que a parte possa se apropriar de seus próprios interesses e assim, estabelecer estratégias mais racionais e eficientes.
Cabe anotar que de maneira alguma considero algum tipo de hierarquia entre a considerada racionalidade versus a irracionalidade. Mas, a depender da situação, a maneira como a irracionalidade emerge pode prejudicar o indivíduo.
É um equívoco menosprezar uma teoria que por sua natureza pode ser, levianamente, considerada de pouca aplicação à compreensão do comportamento humano. Ao contrário, traz elementos valiosos ao entedimento de como as pessoas decidem por uma estratégia de relacionamento mais ou menos cooperativo. Para quem se interessar, vale pesquisar sobre o dilema do prisioneiro.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Manyeyes

No final do ano passado realizou-se em SP, quase que clandestinamente pela pouca divulgação, a versão brasileira do TED. Entre os palestrantes fiquei impressionado com a apresentação da Fernanda Viégas, falando sobre uma ferramenta desenvolvida pela IBM chamada manyeyes que tem por finalidade organizar e compilar volumes de informação gigantescos. Parte-se da premissa que o volume atual de informações é tão grande, que torna-se uma missão inglória conseguir processá-las e compreendê-las. Este programa torna a informação facilmente inteligível através de representações gráficas. O que é fascinante é que não há restrições quanto ao tipo de informação que pode alimentar o programa (números, textos, imagens, etc.) e não menos importante: é gratuito.

Dada a dica!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

lançamento e máxima

Foi editado recentemente, com tradução direta do russo a obra "O Mestre e Margarida"( Ed. Alfaguarra, tradução de Zoia Prestes), de Mikhail Bulgakov (1891-1940), que relata, em pleno regime comunista a visita do demônio e seu séquito à Moscou. A visita revela as incoerências, contradições e hipocrisias do regime através das personagens, as quais ficam marcadas pela loucura e destruição causados pela comitiva.
"Manuscritos não ardem", máxima criada pelo autor, foi popularizada durante o regime comunista na União Soviética, e que talvez seja apropriada aos nossos tempos e bandas, em que há tentativas escancaradas de submeter a livre manifestação de idéias ao controle estatal. Abaixo um trecho de uma carta de Bulgakov enviada à Stálin em 1930. Além de genial, digamos que no mínimo o cara era corajoso.

"Após todas as minhas obras terem sido proibidas, começaram a ecoar vozes entre muitos cidadãos dos quais sou conhecido como escritor, que me dão sempre o mesmo conselho: Escrever uma 'peça comunista' e, além disso, dirigir ao Governo da União Soviética uma carta de arrependimento, contendo a negação de opiniões precedentes manifestadas por mim em obras literárias, e assegurando que doravante hei de trabalhar como um escritor fiel à idéia do comunismo. Não dei ouvidos a esse conselho. É pouco provável que lograsse aparecer num aspecto favorável tendo escrito uma carta mentirosa. Nem mesmo ia tentar escrever uma peça comunista, sabendo naturalmente que não conseguiria. TODO E QUALQUER SATÍRICO NA UNIÃO SOVIÉTICA ATENTA CONTRA O REGIME COMUNISTA. Será que sou admissível na União Soviética?"



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Convite / Constelação Familiar

Em janeiro estou com um grupo de Constelação Familiar, atuando como facilitador. O convite segue abaixo.
Sejam benvindos!
Abraço





Introdução à Mediação (parte 2)

O modelo propõe que o mediador atue como um facilitador da comunicação inter-partes, na compreensão e distinção entre interesses e disputas, as quais geralmente, em um conflito, não coincidem. Interesses estão vinculados à demandas genuínas e legítimas, de maneira que não correspondem a uma necessidade disfuncional de prejudicar a outra parte, comportamento mais associado a uma defesa de posição. O interesse se distingue da posição, à medida que esta se refere a uma postura motivada pela reatividade à parte contrária. Em mediação, os interesses estão associados às necessidades autênticas do indivíduo, ainda que a parte contrária possa se sentir prejudicada por este interesse.
A disputa ocorre quando nossos reais interesses são eclipsados por uma necessidade infantil de atacar, invalidar, humilhar, prejudicar, ferir a outra parte. No momento em que a importância de reagir, motivada por ressentimentos e mágoas supera o que lhe é realmente importante, via de regra o sujeito perde de vista o seus reais interesses, suas necessidades. Num conflito instalado em que os interesses cedem espaço à disputa por demonstração de força, observa-se uma escalada de violência que retroalimenta uma relação desgastada por um padrão de comunicação que se mostra disfuncional.
O mediador é chamado a intervir geralmente quando as emoções das partes são de tal magnitude, que impedem um diálogo com a finalidade de acordo, e a comunicação entre as partes é ou está empobrecida em quantidade e qualidade de contato e as partes não conseguem sozinhas mudar este quadro; esterótipos, ou percepções distorcidas impedem a troca produtiva; condutas negativas baseadas em crenças se repetem criando barreiras; são mantidas controvérsia acerca das informações em pauta e os critérios para sua avaliação; as partes discordam em relação à ordem e à combinação em que as controvérsias devem ser encaminhadas; há incompatibilidade de interesses, reais ou imaginários; há ausência, desacordo ou equívoco em relação procedimento de negociação; não há estrutura aceitável para negociações; surge impasse em relação ao ínicio das negociações (MOORE, 1998). Estes casos não são taxativos, de maneira que outras situações podem demandar o envolvimento de um mediador, mas este rol exemplifica as situações que, costumeiramente, são enfrentadas para que se viabilize o estabelecimento de um canal de negociação.
Neste sentido, pode-se dizer que a mediação tem função terapêutica, ao promover o exercício da auto-observação, que por consequência facilita a observação e aceitação das necessidade alheias. Nas palavras de Cezar-Ferreira ( 2007; p.158), “no campo do comportamento humano, entendendo-se que o interpsíquico esteja sempre em ação, mesmo práticas não terapêuticas podem levar a algum efeito terapêutico, vale dizer, à ressignificação que se faça necessária dentro do próprio sistema de significados.”
O processo de mediação investe na capacidade de transformação, criatividade e assertividade das partes, para que, co-autoras da solução, fiquem mais satisfeitas e comprometidas do que com uma decisão imposta por terceiro. Assim,
A mediação é uma resposta a uma forma de atuar no conflito, encontrada nas mais diversas sociedades, conhecida por cultura adversarial. Um conflito, não necessariamente é algo negativo, mas ao contrário, possui uma função adaptativa de possibilitar o estabelecimento de limites facilitando a convivência humana em busca da paz social. A questão é como garantir que o conflito exerça sua real função, ao promover novos acordos que possibilitem a convivência entre familiares, estabelecendo novos limites por pactos novos ou refeitos.